O espaço, a fronteira final, estas são as viagens da nave estelar enterprise… Quem tem por volta de seus 30 anos, já ouviu muito esta abertura no seriado e nos filmes da franquia JORNADA NAS ESTRELAS. Antes de mais nada devo confessar que sou um fã de tudo que se refere a série. E de certa forma meu lado nerd teve como início as viagens de Capitão Kirk , Spock e sua audaciosa tripulação. Não por acaso no momento que se falou na possibilidade deste filme eu já passei a aguardar ansiosamente.
No mundo da ficção científica existem duas correntes básicas, a que gosta de Star Trek e a que gosta de Star Wars, para os não iniciados é a mesma coisa, mas saiba que isso não é verdade, é como confundir, Nelson Piquet com Airton Senna, ou seja, os dois são grandes, mas cada um da sua forma.
Star Trek é única pois ela tem mais de 40 anos de história e aventuras, desde a série clássica e seus filmes até as séries derivadas que expandiram o universo criado por Rodemberry. Não se preocupe você não precisa ver tudo que já foi feito pra poder entender o filme, sendo assim esta é a grande questão, pois fizeram de forma perfeita o que alguns chamam de reboot, mas colocando em bom português e chamo de recomeço. Para isso JJ Abrams se dedicou e avisou que muita coisa seria mudada, mas sem perder a essência de tudo que vimos até hoje. Eu vou dizer que tive medo pois isso era um trabalho muito complicado, mexer com uma cânone não é pra qualquer um, e ele provou que é possível.
Eu detesto remakes pois a maioria só fazem estragar aquilo que tanto admiramos, mas neste caso não, a coisa foi feita de tal forma que no meu ver agradou a gregos e troianos. No meu ver Jornada nas Estrelas precisava de um ar de modernidade, que as pessoas a vissem de outra forma e não como uma série de futuro utópico onde tudo é perfeito. E nisso a nova versão foi feliz, mostrou a formação do caráter dos principais personagens, o que os levou pra frota estelar de certa forma os humanizou. Um grande acerto do diretor que dessa forma manteve os velhos fãs como conquistou novos que nunca se interessaram.
Minha noiva é um exemplo disso ela era conhecimento nível 2 numa escala que vai até 10, ou seja, conhecia por alto, no entanto, mesmo assim curtiu o filme sem ter de ficar fazendo perguntas a cada instante. Então se você não viu nenhum dos filmes anteriores, não se preocupe, pois como disse antes, este é um recomeço, é a chance para novas gerações conhecerem o extraordinário universo treker.
O filme é uma montanha russa de emoções, pois vai desde cenas mais dramáticas onde consegue arrancar lágrimas de alguns, até um lado cômico que remete de forma acentuada à série original. A apresentação dos personagens clássicos se faz de uma forma bem natural, e sem que você ache que ele foi jogado lá de forma forçada. Aqui devo lembrar que o elenco foi escolhido de forma corretíssima, ponto positivo para Chris Pine e Zachary Quinto, pois o expectador sente uma naturalidade no elenco que impressiona. Eu olho pra cada um dos novos tripulantes e vejo a alma da tripulação clássica lá. Eles não são caricaturais, nem cópias do que já foi feito, eles são uma releitura honesta.
Jornada nas estrelas acerta em cheio onde George Lucas errou com Star Wars, pois essa “nova jornada” não deixa furos, você olha para o longa e fala nossa realmente isso faz sentido, não ficam pontas soltas para serem contadas em outros filmes, a sensação que se tem é de quero mais. No aspecto técnico o filme é soberbo, os efeitos especiais te deixam maravilhado, sem claro abusar dos recursos digitais, de forma que a gente embarca e se deixa levar naturalmente. A música é outro ponto alto, pois ela cumpre o seu papel perfeitamente, pontuando os momentos de ação aos de emoção. No meu ver JJ Abrams conseguiu dar um sopro de vitalidade à franquia, e quem sabe assim garantindo fãs por mais 40 anos de vida para os audaciosos tripulantes da Enterprise. Só por curiosidade minha nota é 10, já minha noiva deu nota 9,5. Sendo assim o filme cumpriu seu papel perfeitamente. Vida longa e próspera a vocês leitores.